Arenavírus: novo vírus que causa febre hemorrágica

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No dia 30 de dezembro de 2019, um homem de 53 anos foi a um pronto-socorro no interior paulista com queixas características de febre amarela. Os exames, porém, não confirmaram a doença. Num intervalo de 12 dias, ele passou por outros dois hospitais antes de morrer. Análises genéticas avançadas encontraram uma surpresa: o causador do quadro, chamado de febre hemorrágica brasileira, foi o arenavírus, que não aparecia no Brasil há mais de 20 anos. A confirmação desse caso, mesmo que seja única, é considerada grave pelas autoridades sanitárias.

Os resultados dos testes realizados no Hospital Israelita Albert Einstein mostram que se trata do Mammarenavirus, um gênero pertencente à família Arenaviridae, ou arenavírus.

De forma genérica, os vírus são divididos em famílias. Dengue, zika, chikungunya fazem parte da turma das arboviroses. Os arenavírus são outro grupo, que havia sido encontrado no Brasil na década de 1990 e estão associados com uma síndrome chamada febre hemorrágica brasileira, marcada por febre, icterícia e sangramentos

Sabe-se que o vírus passa por meio da inalação de partículas presentes na urina, nas fezes ou na saliva de ratos e outros roedores infectados. A transmissão entre humanos pode ocorrer por meio do contato muito próximo e constante com um indivíduo infectado, principalmente em hospitais. Sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções desses pacientes trazem o arenavírus. Se não forem usados equipamentos de proteção nesses ambientes, o risco aumenta.

O arenavírus encontrado é o mesmo dos anos 1990?

A análise realizada conseguiu vasculhar todo o material genético do vírus. Sabemos que há uma similaridade de 88% entre a versão atual e a anterior, detectada há 20 anos

O que ele provoca no corpo?

O vírus fica incubado no corpo entre 7 a 21 dias. Os sintomas começam com febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas na pele, dores na garganta, no estômago, atrás dos olhos e na cabeça, sensibilidade à luz, constipação, tonturas e sangramentos na boca e no nariz. Se o quadro evolui, há consequências neurológicas, como sonolência, confusão mental, mudanças no comportamento e convulsão.

Há tratamentos específicos?

Não existe nenhum remédio que bloqueie ou elimine esse vírus. O que os médicos fazem é amenizar os sintomas que aparecem.

Quais são os próximos passos?

As autoridades brasileiras já notificaram órgãos internacionais como a Organização Mundial da Saúde. Amostras do vírus também foram encaminhadas para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão dos Estados Unidos que possui laboratórios destinados a pesquisar agentes infecciosos com segurança e rapidez.

Com ajuda daqui


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